Evaluation of the water quality of the Infulene River basin

Abstract

Os eventos climáticos e o aumento da actividade agrícola afectam negativamente a qualidade da água do Rio Infulene, colocando em risco a saúde pública e a biodiversidade aquática. O rio exposto a poluição por fontes difusas e pontuais, que incluem: (1) descargas das estações de tratamento de água residual de Infulene e Zimpeto, (2) descargas de água residual industrial das indústrias de cerveja e de papel, (3) descarga da água do sistema de drenagem de Maputo, que recolhe água de assentamentos informais com saneamento precário e (4) escoamento de terras de agricultura urbana, enquanto o rio é fonte de água para uso doméstico e irrigação para agricultura urbana que fornece vegetais para a Cidade de Maputo e Matola. O estado trófico e de qualidade da água do rio não está bem estabelecido, por isso é importante avaliar o nível de poluição do rio, para permitir o planeamento adequado de acções para evitar a poluição adicional do rio, protegendo assim o ecossistema e a saúde pública. Parâmetros físico-químicos e biológicos foram medidos em seis pontos de monitoramento selecionados ao longo do rio e os resultados foram comparados com a legislação nacional e internacional. Além disso, o Índice de Estado Trófico (TSI) e o Índice de Qualidade da Água (IQA) foram calculados e comparados para as estações secas e chuvosas. A fim de obter informação adicional, sobre as causas da poluição da água e possíveis efeitos para a saúde pública, foi implementado um questionário para os agricultores que trabalham na área ribeirinha do rio, a partir do qual se observou que os fertilizantes agrícolas e fecalismo a céu aberto também contribuem para a poluição do rio. A poluição da água é considerável nos pontos médio e a jusante do rio e as fontes de poluição identificadas influenciam significativamente a qualidade da água, sendo [PO43-], [NO3-] e [Escherichia coli] os parâmetros acima dos padrões. O estado trófico da água variou de super a hipereutrófico e a qualidade da água variou de má a muito má, mostrando que a água do rio não é adequada para irrigação e recreação, pois constitui um perigo para a saúde pública e compromete a biodiversidade aquática. Visando minimizar a poluição sugere-se o controle do uso de fertilizantes e despejo de resíduos agrícolas, bem como a instalação de lixeiras e casas de banho públicas. Recomenda-se também o replantio da vegetação nas margens do rio, o tratamento e monitoramento regular de efluentes domésticos e industriais. Finalmente, apesar de difícil, também é recomendado melhorar o saneamento em assentamentos informais para reduzir a contaminação das águas de drenagem.